Texto Di @Janise Pereira
A paternidade em Cabo Verde tem deixado muito a desejar.
A expressão “mi ke mai, mi ke pai” tornou-se comum, mas não há papel que substitua o do outro. O verdadeiro problema não é a força das mães, mas a ausência gritante de muitos pais.
Vivemos numa sociedade marcada por progenitores sem responsabilidade, sem consciência do peso e da importância de serem pais de verdade. Muitos exibem a basofaria de se intitularem presentes, quando a presença se resume a 30 minutos mendigados de 4 em 4 meses.
E há ainda os que acreditam que paternidade se resume a contribuir injuriadamente com tostões, como se esse gesto humilhasse as mães que batalham diariamente para sustentar os filhos.
Esta é uma realidade dura, triste e revoltante. Uma geração inteira cresce sem referência paterna sólida, sem o amor e a presença que formam caráter.
É hora de dizer basta. A ausência não é paternidade. A irresponsabilidade não é amor. Indignação é pouco diante desta chaga social.
Ser pai não é um título, é um compromisso diário. Janise Pereira






